domingo, 8 de maio de 2011

As formas de apresentar uma história

Quais as formas para se apresentar uma história?

Simples narrativa – É a mais fascinante de todas as formas, a mais antiga, tradicional e autêntica expressão do contador de histórias.

Histórias narradas com auxílio do livro - Narrar com o livro, não ler a história. O narrador deve saber a história e vai contando com suas palavras. O livro fica aberto voltado para as crianças, à altura de seus olhos. As páginas são viradas vagarosamente para que elas possam ver as gravuras.

Com gravuras - Através delas as crianças observam detalhes que contribuem para a organização dos pensamentos e de criação.

Com fantoches - São um convite a imaginação da criança, do jovem e do adulto. Pode-se também ensinar a criar fantoches e através deles cada um pode inventar a sua história.

                                                                      Dedoches


                                                                     Fantoches


• Painéis, recortes, carimbos ou dobraduras tambem podem ser utilizados.

Para cada situação escolha um recurso que melhor se encaixe com o público ouvinte.

Quais atividades podem ser desenvolvidas a partir da história?

• Dramatização: após o término da história, reúna as crianças para juntos encenarem o que acabaram de ouvir.

• Trabalhos manuais: Recortes, dobraduras, colagem, pintura, atividades manuais que lembrem o que foi contado.

• Brincadeiras, jogos e atividades que complementem o ensino passado também podem ser interessantes.

Elementos necessários para se contar uma história

A preparação do ambiente 

A preparação do ambiente é muito importante. Se o contador está numa sala de aula, deve fazer algo que mostre que naquele momento será contada uma história, chamando assim a atenção dos ouvintes para o momento. Como fazer isso? Usando um objeto sobre a mesa ou um lenço jogado no ombro etc. O contador deve se prevenir contra ruídos e interrupções. Enfim, encontrar uma posição agradável.


Quais são os elementos necessários para se contar uma história?

Os seguintes elementos são fundamentais na contação de histórias:

Emoção – O contador deve gostar do que faz e do que vai contar; deve antes navegar na história para depois transmiti-la.

Expressão – é muito importante, o olhar deve transmitir o que está sendo falado, daí a importância de olhar para todos os ouvintes. Você pode se expressar durante a história com música, barulhos de objetos, com o corpo, tudo que deixe a história mais atrativa, mas sem exageros.

Improvisação – Caso o contador se esqueça de uma parte da história, deve encontrar um modo de continuá-la, por isso a importância de saber o esqueleto da história e não decorá-la.

Espontaneidade – O conhecimento da história oferece ao contador segurança, naturalidade, desibinição e espontaneidade para a contação.

Credibilidade – O contador não deve denunciar o seu erro.

Voz – é um elemento dramático e essencial; é o instrumento de trabalho do contador. Por isso deve observar o seguinte:
1. Altura – muito bem calculada para caracterizar os personagens.
2. Volume – é a variação entre forte e fraco, mostrando as emoções dos personagens.
3. Ritmo – é a variação de velocidade.
4. Pausa – é o silêncio no meio da fala, para dar o clima de suspense, mas não pode comprometer o significado das frases.
Procurar usar palavras de fácil compreensão para o público ouvinte.

Como contar uma história

Comece por:
Selecionar – procure dentro daquilo que se quer ensinar ou de acordo com o contexto da aula que será dada; pesquise até encontrar algo que o toque de maneira especial. Se for uma história que já veio no material, leia várias vezes buscando encontrar nela algo especial, porque é só assim que ela será transmitida autenticamente as crianças.

Recriar – Não se deve pegar uma história e contá-la como vem escrita, é preciso passá-la para a linguagem oral. Saiba contar a história e não apenas decorá-la.

Ensaiar– não se deve repetir nem exagerar nos gestos e movimentos. A voz deve ser aquecida para garantir um tom adequado; o olhar deve ser dirigido para todos os lados e para todos os ouvintes; corrija os vícios de linguagem, tais como: então, né, daí e outros.

Estrutura da história – deve seguir estas 4 fases:

1. Introdução: deve ser rápida, interessante apresentando os personagens sem divagação.
Exemplo:
Há muito tempo.... ou o tradicional.... Era uma vez…

2. Desenvolvimento: são contados os fatos essenciais com bastante ação.

3. Clímax: ponto de maior emoção da história.

4. Conclusão: Aqui você deve ter maior atenção, pois na conclusão é que transmitimos a lição, o ensinamento para quem ouve.

Por que contar história?


Contar histórias é um meio muito eficiente de transmitir uma ideia, de levar novos conhecimentos e ensinamentos. É um meio de resgatar a memória. Todo bom contador de histórias deve ser também um bom ouvinte de si mesmo, do mundo e de outras pessoas.
O contador deve ser sensível para ouvir e falar. Contar simplesmente porque gosta de contar. O narrador deve estar ciente de que o importante é a história.
As crianças gostam de ouvir seus avós, pais, professoras contando histórias, de fadas, da vida deles mesmos e de quando eram crianças. É preciso fazer uma seleção do que contar, levando-se em conta o interesse do ouvinte, a sua faixa etária e a lição que quer trazer ao ouvinte. Alguns pontos precisam ser considerados em cada faixa etária:
3 a 4 anos – idade do fascínio: Os textos devem ser curtos e atraentes, pode-se usar gravuras de preferência grandes. Histórias que tenham bichos, brinquedos e objetos e usem expressões repetitivas.


5 a 6 anos – idade realista: Histórias da vida real, falando do lar etc. Os textos devem ser curtos e ter muita ação, o enredo deve ser simples. Até os 6 anos a criança gosta de ouvir a mesma história várias vezes.



7 a 9 anos – idade fantástica: Gosta de histórias de personagens que possuem poder, histórias de aventuras, humorísticas e vinculadas à realidade.


10 a 12 anos – idade heróica: Narrativas de viagens, explorações, relatos históricos e preocupação com os outros e fábulas.


A humanidade precisa de histórias

Era uma vez...
Assim começa a maioria das histórias que contamos para as crianças.

As histórias e nosso cotidiano

Vivemos em contato com as histórias em nossa vida. Elas estão em toda parte. Informam, distraem, ensinam, nos comovem profundamente, transformando e nos aproximando dos outros. Elas nos propõem um conhecimento novo.

As histórias nos ligam com nossas raízes antepassadas, nos tocam, fazendo-nos pensar sobre o que é importante. Elas comunicam por meio dos sonhos, metáforas, verdades profundas sobre os mestres da vida. Ao ouvirmos histórias tornamo-nos conscientes de que nos foi comunicada uma profunda lição.

As histórias carregam uma energia através das imagens – uma verdade, um insight, uma emoção que penetra em camadas profundas do nosso ser.

As histórias surgem do silêncio, de nosso interior, são as palavras de nossos antepassados, ao dimensionar o pensar vivo, equilibramos as emoções, e damos uma nova certeza em nossa vida, recuperando nosso destino – e este é o poder das histórias em nossas vidas.